67% das pessoas buscaram inserir mais ações conscientes em seu cotidiano ao redor do mundo no ano de 2021. Esse dado foi levantado por um estudo feito pela Euromonitor, que traçou as tendências de consumo para os anos de 2022 e 23. E ele foi também o motivo pelo qual um dos principais tópicos que evidenciam os perfis do consumidor de agora é a preocupação com sustentabilidade.
A pandemia chacoalhou a vida da população mundial, estremeceu economias e deixou muitas vítimas. Um fato tão radical não poderia passar com seu principal motivo despercebido: a relação entre o homem e o meio ambiente. As buscas pelos termos sustentabilidade e mudanças climáticas nunca foram tão altas quanto no ano de 2021, segundo o próprio Google.
Qual a importância de ter uma atuação sustentável no meu negócio digital?
Você pode estar se perguntando: o que o meu e-commerce tem a ver com isso? A resposta é simples. Tudo, já que seus clientes são exatamente essas pessoas que descobriram e passaram a se preocupar mais com a importância da manutenção dos recursos naturais e do equilíbrio entre as atividades humanas e o planeta.
É justamente por isso que práticas sustentáveis se tornaram cruciais para as empresas, que desejam manter posicionamento e concorrência e seguir surfando nas tendências do consumo digital. ESG – Environmental, Social and Corporate Governance, termo que chegou para aprimorar as atividades social e ambiental nas corporações, evidencia a urgência de ultrapassar um discurso bonito e passar para a prática a real diferença para a redução de impactos, em contraponto às atividades empresariais.
Negócios digitais sustentáveis são necessários para a manutenção global dos recursos
Posicionamento e concorrência são os fatores de mercado. Mas é indiscutível, ao analisar as pesquisas científicas, que nossos recursos naturais estão ameaçados. O último relatório do IPCC – Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, da ONU, revelou uma previsão alarmante para os próximos 30 anos se continuarmos a emissão de Gases de Efeito Estufa no mesmo ritmo de hoje. Eventos climáticos extremos ocasionarão cada vez mais danos, prejudicando plantações e comprometendo o abastecimento hídrico. Doenças provocadas por vetores terão ainda mais incidência. O esforço para alcançar as metas traçadas pelo Acordo de Paris precisa ser conjunto. No caso do Brasil, o compromisso é reduzir as emissões em 43% até 2030.
Além disso, o novo decreto federal, publicado em maio deste ano, estabelece procedimentos para a elaboração de planos setoriais para a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa. Então, além da competitividade, em breve esse será também um dever das empresas: estipular planos de ação para minimizar os impactos ambientais.
Tecnologia e sustentabilidade
O Google já anunciou que compensa o carbono de suas atividades desde 2007, usa 100% de energia renovável desde 2017 e que trabalha para alcançar uma operação com energia livre de carbono até 2030. O posicionamento da tecnologia é crucial nesse movimento e a inovação está totalmente integrada aos objetivos de emissões zero, podendo trazer grandes soluções para auxiliar no percurso da redução das emissões de Gases de Efeito Estufa.
É hora de colocar a mão na massa. Seus clientes já estão pensando em alternativas mais sustentáveis para o que precisam e querem consumir. Veja possibilidades de aderir a esse movimento e se alinhar aos propósitos globais no combate às mudanças do clima:
- Tecnologias mais sustentáveis
- Segundo o Google, data centers podem agregar na eficiência para auxiliar na aplicação inteligente de recursos. Além disso, buscar parceiros para fontes de energias renováveis, como fotovoltaica e eólica, reduzem as suas emissões e também os gastos com energia elétrica. Hoje, várias geradoras de energia disponibilizam essas opções, que são entregues diretamente pela distribuidora e não demandam a implementação de usinas próprias. Armazenamento em nuvem também proporciona menor gasto energético e redução da poluição.
- Neutralidade de carbono
- Se você ainda não ouviu falar do mercado de carbono é bom pesquisar mais a fundo sobre o tema. Uma vertical que vem sendo muito utilizada pelas empresas é a compensação de carbono. Nesse modelo, a empresa financia projetos ambientais por meio da compra de créditos de carbono, a partir do cálculo das suas emissões. Assim, se sua empresa polui 1 tonelada de gás carbônico, você pode adquirir a mesma tonelada de um projeto de reflorestamento, por exemplo, garantindo a neutralidade de carbono mesmo quando não for possível deixar de poluir em determinados processos. Nesse modelo, é como se você pagasse uma outra empresa para despoluir o que você poluiu. Funciona bem para empresas de tecnologia e várias outras, principalmente quando é uma das vertentes do ESG da empresa, compondo um conjunto de ações sociais e sustentáveis.
- Economia circular e reciclagem
- Nas empresas de tecnologia um problema recorrente é o descarte de equipamentos. Cerca de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas no Brasil por ano e, segundo a ABES, Associação Brasileira de Empresas de Software, 70% deste total teriam condições de serem reciclados e outros 30% poderiam ser recondicionados para reinserção na economia. Buscar uma parceria para viabilizar o descarte correto ou reaproveitamento desses materiais, então, é um grande passo para minimizar os impactos gerados. Esse tópico ainda pode ser associado à responsabilidade social, já que diversos projetos buscam recondicionar lixo eletrônico para proporcionar acesso a pessoas que não possuem condições de adquirir os equipamentos novos.
- Eficiência em logística
- Softwares para inteligência de logística podem ajudar a minimizar os impactos de entregas e também os gastos, a partir do planejamento de rotas mais eficientes. Outra oportunidade é disponibilizar a opção de retirada em centros de distribuição ou lojas físicas. A ideia de oferecer aos consumidores a possibilidade de logística reversa, já que a poluição dos produtos comercializados não termina na venda, também pode integrar esse item. Assim, os resíduos como embalagens, eletrônicos, etc. podem ser destinados à reciclagem. Toda mudança requer uma análise de cenários e planejamento, mas é preciso começar para avançar. A real preocupação e ações para a redução dos impactos ambientais já é um diferencial para a escolha do consumidor e a tendência é que as pautas façam cada vez mais parte das tomadas de decisões das pessoas. Então, é hora de começar a executar ou aprimorar as ações sustentáveis na sua empresa.